Não há matemática capaz de superar a boa política: a virada de Mário Soares em Portugal

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Em 1986 Portugal vivia sua primeira eleição em dois turnos. Como nas eleições brasileiras de 2018, a disputa chegou ao segundo turno tendo o candidato da direita com ampla maioria de votos – 46% a 25% –, mas o jogo virou e Mário Soares, do Partido Socialista, venceu a disputa no segundo turno por 51,18% a 48,82%. Um bom agouro para a democracia brasileira neste combalido 2018.

Mário Soares, ao apresentar a sua candidatura, não contava com mais de 5% das intenções de voto. Ao conseguir levar o pleito para o segundo turno, Soares garantiu que o público o conhecesse e criou slogans famosos até hoje entre os portugueses, como “Soares é fixe” – algo como “Soares é massa”, em português lusitano.

Nas eleições de 1986, o resultado do primeiro turno trazia o candidato Diogo Freitas do Amaral, da Democracia Cristã, com 46,31% dos votos, Mário Soares com 25,43%, Francisco Salgado Zenha com 20,88% e Maria de Lurdes Pintasilgo com 7,38%. E a abstenção foi de 24,62%.

No segundo turno, Mário Soares venceu com 51,18% dos votos, contra 48,82% de Freitas do Amaral, com abstenção de 22,01%.

Não há matemática capaz de superar a boa política, como comprovará a vitória de Haddad.